“Estou enojado com a educação escolar de hoje, que é uma
fábrica de incultos e que não respeita a memória.
E que não faz nada para que as crianças aprendam as coisas
com a memorização.
O poema que vive em nós, vive conosco, muda conosco e tem a
ver com uma função muito mais profunda do que a do cérebro. Representa a
sensibilidade, a personalidade. (...)
Vivemos uma grande época de poesia, especialmente entre os
jovens. E escute uma coisa: muito lentamente, os meios eletrônicos estão
começando a retroceder. O livro tradicional retorna, as pessoas o preferem ao kindle...
Preferem pegar um bom livro de poesia em papel, tocá-lo, cheirá-lo, lê-lo. Mas
há algo que me preocupa: os jovens já não têm tempo... De ter tempo. Nunca a
aceleração quase mecânica das rotinas vitais tem sido tão forte como hoje. E é
preciso ter tempo para buscar tempo. E outra coisa: não há que ter medo do
silêncio. O medo das crianças ao silêncio me dá medo. Apenas o silêncio nos
ensina a encontrar o essencial em nós.”
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